Direitos dos Autistas Adultos: Conheça as Proteções Garantidas por Lei
- isadora domingos das neves
- 28 de mai.
- 3 min de leitura
Muitas pessoas ainda acreditam que os direitos das pessoas autistas se restringem à infância. Isso não é verdade.
Autistas adultos também têm direitos assegurados por lei, desde o diagnóstico, passando pela saúde, educação, trabalho e até benefícios assistenciais.
Neste artigo, você vai entender quais são os principais direitos das pessoas com Transtorno do Espectro Autista (TEA) na vida adulta, com base na legislação brasileira.
O autismo é reconhecido como deficiência?
Sim. Desde 2012, com a publicação da Lei nº 12.764, o autismo é reconhecido legalmente como uma deficiência para fins legais.
Esse reconhecimento significa que as garantias da Lei Brasileira de Inclusão (Estatuto da Pessoa com Deficiência) também se aplicam às pessoas autistas – independentemente da idade.
A Lei nº 13.146/2015, conhecida como Estatuto da Pessoa com Deficiência (LBI), entrou em vigor em 2016 para promover a inclusão, a acessibilidade e o respeito aos direitos das pessoas com deficiência no Brasil.
Principais direitos dos autistas adultos
Confira a seguir os principais direitos assegurados a pessoas autistas adultas, com base nas leis brasileiras.
1. Atendimento prioritário
Pessoas autistas têm direito a atendimento prioritário em serviços públicos e privados, como bancos, hospitais, repartições públicas e instituições de ensino.
A Carteira de Identificação da Pessoa com Transtorno do Espectro Autista (CIPTEA) ajuda a garantir esse direito de forma prática e rápida.
2. Acessibilidade e adaptações razoáveis
A acessibilidade para autistas adultos pode envolver adaptações sensoriais, comunicacionais e estruturais em ambientes públicos e no local de trabalho.
O Estatuto da Pessoa com Deficiência exige que essas adaptações sejam feitas sempre que necessário para garantir a autonomia e a inclusão da pessoa com deficiência.
3. Saúde e diagnóstico tardio
Muitos adultos recebem o diagnóstico de autismo somente após os 20, 30 ou até 40 anos de idade.
Mesmo com diagnóstico tardio, a rede pública e privada de saúde deve oferecer acompanhamento especializado, com equipe multidisciplinar, respeitando as necessidades individuais.
4. Educação e capacitação profissional
Adultos com TEA têm direito à educação inclusiva em todos os níveis, incluindo ensino superior, técnico e cursos de capacitação profissional.
O ambiente educacional deve oferecer apoio e adaptação, quando necessário.
5. Inclusão no mercado de trabalho
A legislação protege o direito da pessoa autista ao trabalho digno, com acesso a vagas, inclusão efetiva e adaptação do ambiente laboral.
Empresas com mais de 100 funcionários devem reservar uma porcentagem de suas vagas para pessoas com deficiência, o que inclui autistas.
Além disso, é obrigação do empregador oferecer condições adequadas e razoáveis de trabalho para garantir o bem-estar do profissional autista.
6. Benefícios assistenciais: BPC/LOAS
Autistas adultos em situação de vulnerabilidade social podem ter direito ao Benefício de Prestação Continuada (BPC/LOAS), previsto na Lei Orgânica da Assistência Social.
Para ter acesso, é necessário comprovar deficiência e renda familiar por pessoa inferior a 1/4 do salário mínimo, entre outros critérios.
Por que falar sobre os direitos dos autistas adultos?
Falar sobre os direitos das pessoas autistas na vida adulta é essencial para combater o preconceito, o capacitismo e o apagamento social.
Pessoas autistas adultas existem, trabalham, estudam, têm projetos de vida e precisam de respeito e garantia de direitos em todas as fases da vida.
Conclusão
O Transtorno do Espectro Autista não desaparece com a idade — e os direitos também não.
Se você é uma pessoa autista adulta ou conhece alguém nessa condição, é fundamental conhecer essas garantias legais e exigir o cumprimento da legislação.
A inclusão de verdade começa com informação. Compartilhe esse conteúdo e ajude a construir uma sociedade mais acessível para todos.
Comments