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Recesso Escolar e Crianças Autistas: Por que Manter as Terapias Durante as Férias?

As férias escolares costumam ser vistas como um momento de descanso e pausa na rotina. No entanto, para crianças com Transtorno do Espectro Autista (TEA), o recesso escolar não significa recesso terapêutico. Pelo contrário: a continuidade das terapias durante esse período é fundamental para preservar os avanços conquistados ao longo do ano.


A importância da rotina para crianças autistas


Crianças autistas geralmente têm uma forte necessidade de previsibilidade e estabilidade. Mudanças bruscas na rotina — como as que ocorrem durante o recesso escolar — podem gerar insegurança, ansiedade e até regressões comportamentais.


Manter as terapias durante as férias ajuda a garantir:

  • A manutenção dos progressos conquistados em sessões anteriores

  • A prevenção de retrocessos no desenvolvimento

  • A estabilidade emocional e comportamental da criança

  • Um retorno mais tranquilo ao ambiente escolar após o recesso


Recesso escolar e continuidade terapêutica: o que diz a legislação?


Segundo o Estatuto da Pessoa com Deficiência (Lei nº 13.146/2015) e a Lei Berenice Piana (Lei nº 12.764/2012), a criança com autismo tem direito à atenção integral à saúde, o que inclui terapias multiprofissionais contínuas, conforme indicação clínica. Isso significa que o período de férias escolares não justifica a interrupção dos tratamentos de saúde.

Além disso, a interrupção sem orientação médica pode configurar violação de direitos, especialmente quando causa prejuízos ao desenvolvimento da criança.


Terapias durante as férias: como organizar?


Sabemos que o período de férias pode ser desafiador para muitas famílias. Por isso, algumas orientações podem ajudar:

  • Converse com os profissionais que acompanham seu filho(a) sobre a melhor estratégia terapêutica para o período

  • Avalie se é possível adaptar os horários das sessões sem comprometer a frequência

  • Mantenha uma rotina minimamente estruturada, com momentos de lazer e as terapias

  • Aproveite o tempo extra para reforçar o vínculo com a criança por meio de atividades lúdicas alinhadas com os objetivos terapêuticos


Cada criança é única!


Embora a manutenção das terapias seja altamente recomendada, cada caso deve ser avaliado individualmente. Há situações em que uma breve pausa, planejada e orientada por profissionais da saúde, pode ser benéfica. O mais importante é garantir que qualquer decisão seja tomada com responsabilidade e embasamento técnico.


Conclusão


O recesso escolar é um momento importante, mas ele não deve significar a interrupção das terapias essenciais para crianças autistas. O acompanhamento contínuo é parte fundamental do cuidado e do exercício pleno dos direitos da criança com TEA.

Como advogada atuante na defesa dos direitos das pessoas com deficiência, reforço: ter acesso às terapias durante o ano inteiro é um direito da criança e um dever do Estado, da família e da sociedade.

Quer saber mais sobre os direitos da pessoa autista e como garanti-los de forma prática? Acompanhe meus conteúdos no Instagram!🔵 @isadoranevesadv

 
 
 

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